TITO DESTRÓI JERUSALÉM


Prof. Reginaldo J. Silva

Flávio Josefo, historiador judeu, narra na obra História dos Hebreus, uma guerra ocorrida em Jerusalém por volta dos anos 66 a 73 depois de Cristo, denominada por ele de Guerra judaica

Essa conflito, durou cerca de sete anos, e culminou na destruição da Província de Jerusalém no ano 70 d.C, pelos soldados Romanos, sob o comando do General Tito.

O que motivou tamanha atrocidade? Será que foi devido a expansão do cristianismo? ou tiveram outros fatores? 

Ao que parece, o avanço do cristianismo não contribui diretamente com a queda e  destruição de Jerusalém.

Diante dessa premissa, enumeraremos aqui, alguns possíveis motivos da destruição da cidade de Jerusalém pelo Império Romano no ano 70 depois de Cristo.

Vale lembrar, que Jerusalém, após ser conquistada pelos Romanos, passou a ser governada por homens escolhidos pelo Imperador

Dentre os governadores do período, encontra-se Gesto Floro, Herodes, o grande Arquelau, Pôncio Pilatos, Félix e Festo.

Alguns desses, representou o que havia de mais imoral em um governante. Eles oprimiram e usurparam o povo com pesados impostos, saquearam as relíquias sagrada,  além de agirem com extrema crueldade.

Tais atitudes, levaram o povo a odiar esses governantes e a se rebelarem contra o domínio Romano. Revoltas se instalaram dentro dos muros de Jerusalém. Comprometendo a estabilidade do império e a paz romana. Pois, a responsabilidade dos governantes das províncias era manter a paz e a ordem das regiões conquistadas.

Os judeus, orgulhosos dos feitos heróicos dos Macabeus, nutriam um sentimento de independência e desavença frente a imponência do império romano.

Podia notar-se, continuas ações revolucionárias durante o governo de Herodes. Fomentadas pelas duas principais seitas do período: Os zelotes e os Fariseus. Que clamavam por mudanças, com um forte fervor messiânico.

De acordo com Josefo, os zelotes chegaram a tomar a Fortaleza de massada, onde encontrava-se um dos palácios de Heróis. Essa Fortaleza foi construída por Alexandre Janeu, entre os anos 103 A 76 antes de Cristo,

Cujo propósito, era proteger a fronteira comercial do território Sul de Israel.

No auge dos conflitos, cerca de 900 judeus, refugiaram-se nessa fortaleza, por um curto período de tempo, pois, antes de sofrerem o ataque por parte do império, os rebeldes se suicidaram.

Outro motivo da destruição de Jerusalém foi o fim do culto ao imperador, de acordo com alguns historiadores, o capitão do templo, interrompeu o sacrifício diário em favor do César, declarando aberta uma rebelião contra Roma.

As tropas romana, que estavam em Jerusalém, foram expulsas e mortas. Fazendo com que as regiões da Judeia e da Galileia, também aderisse as revoltas.

Roma deu uma resposta às insurreições. enviou o Governador Cestio Galo, com 20 mil soldados, e cercou Jerusalém por 6 meses, porém, sem sucesso. 

Após a derrota de Cestio Galo, o Imperador Nero, enviou o general Vespasiano, para por fins as revoltas. Vespasiano, eliminou a oposição na Galileia, na Transjordânia, na Idoméia e também cercou Jerusalém.

Porém, recebeu a notícia de que o imperador Nero havia morrido, forçando o mesmo a  dirigia-se a capital do império.

Com a morte de Nero, Vespasiano é nomeado Imperador e passa para seu filho Tito a responsabilidade de continuar a guerra judaica.

Tito intensificou o cerco contra Jerusalém, causando a morte de muito judeu, de doenças e de fome.

Os romanos catapultando pedras nas muralhas da cidade, forçando suas fortificações, porém, os judeus resistiram as investidas do exército imperial, lutavam bravamente durante o dia e restauravam as muralhas durante a noite

Contudo, os Romanos continuavam a atacar, chegando a destruir o muro exterior, em seguida o segundo muro, por fim, o terceiro e último muro.

Mesmo assim, os judeus continuavam lutando. Por fim, os sobreviventes que se refugiaram no templo, foram queimados vivos. 

Jerusalém foi totalmente destruída, e os poucos Sobreviventes levados cativos e vendidos como escravos. 

Com a destruição do templo, o sistema sacrificial judaico chega ao fim, mudando totalmente o seu culto.

Nesse período, os cristãos com medo de pegar em armas fogem de Jerusalém para regiões da Transjordânia. 

Josefo sinaliza que houve uma grande coincidência neste episódio. Pois, a data que Tito destruiu Jerusalém, coincidiu com o dia em que Nabucodonosor invadiu e destruiu Israel em 586 a.C. 

No ano 70, o Estado de Israel sucumbiu frente ao poderoso Império Romano, cuja restauração da pátria judaica, só se deu quase dois mil anos depois, em 1948, quando a ONU concedeu o direito a criação do moderno Estado de Israel, na região da Palestina.

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